Ontem morreu Lou Reed. Desnecessário acrescentar algo mais. Ou talvez apenas recordar três correlações entre o lendário “poeta do rock” e o Porto onde estamos.
Em 1980, com "Ar de Rock", um então jovem músico local (Rui
Veloso) fazia história ao produzir aquele que é considerado como o primeiro
álbum de rock português. Na sua faixa mais famosa, a ponto de ter gerado uma
confusão entre o intérprete e o personagem evocado (Chico Fininho), o letrista
Carlos Tê referia-se ao fundador da banda de culto “Velvet Underground” nestes termos: “Gingando pela rua, ao
som do Lou Reed / Sempre na sua, sempre cheio de speed / Segue o seu caminho,
com merda na algibeira / O Chico Fininho, o freak da Cantareira...”.
Em 1982, Lou Reed terá vivido tão intensamente a nossa noite sanjoanina
que, na sua ressaca, foi levado a desmarcar um concerto agendado (e com lotação esgotada) para o Pavilhão do Infante de Sagres –
aquando da “Porto 2001”, Carlos Tê trouxe-nos os detalhes, que conheceu ou
ficcionou, num conto imperdível (em “Contos Supranumerários”) a que deu o nome
que titula este post.
Em 2005, foi com um concerto de Lou Reed que foi inaugurada a nossa Casa
da Música – uma escolha então controversa por motivos paroquiais, mas que o
deixou definitivamente ligado a um dos grandes polos culturais e turísticos da
Cidade.
Como tão bem exprimiu o cantor,
guitarrista e compositor – mas também fotógrafo e realizador –, há dias
perfeitos (just a perfect day) e
outros que nem tanto assim...
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