terça-feira, 15 de outubro de 2013

A ESCOLHIDA

(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)

Ainda não estarei fora de tempo para aqui aplaudir a nomeação de Janet Yellen, que alguns senadores democratas arrancaram de Obama (que preferia Lawrence Summers), para substituir Ben Bernanke como presidente da Reserva Federal. Sendo certo que a provável próxima “economista mais poderosa do mundo” ainda irá passar por uma dura provação quando ocorrer o interrogatório a que legalmente tem de se sujeitar no Senado, visível como tem sido que quase tudo pode sair da boca de alguns inconcebíveis republicanos.

Tal como as coisas se apresentam neste momento, parece claro que a anterior número dois do banco central americano começa por ser uma “evolução na continuidade”, sobretudo em relação ao forte lobby que vem sendo exercido por aqueles que mais ativamente contestam a agressiva política adotada por Bernanke de baixas taxas de juro e significativa injeção monetária na economia (à razão de 85 mil milhões de dólares mensais).

Mas – afirma quem conhece bem Yellen – não será de excluir que ela venha ainda a promover uma cautelosa reorientação de prioridades (à partida por si definidas como sendo “maximizar o emprego, estabilizar os preços e fortalecer o sistema financeiro”). Na direção de “um sobre-ênfase no problema do desemprego [e do crescimento] e um sub-ênfase na inflação” (como sugeriu Meltzer) e/ou focando-se na implementação de um novo modelo de política monetária e de uma regulação financeira mais efetiva (como sugeriu num curioso artigo do “Financial Times” uma defensora da ideia de que gender does matter in central banking ou, por outras palavras, de que aquelas áreas “não podem permanecer uma coutada masculina”)?

O devir da economia mundial vai passar largamente pelo desempenho concreto da brilhante mulher de George Akerlof...

Sem comentários:

Enviar um comentário