quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ENCONTRO ACIDENTAL ENTRE IRMÃOS DESAVINDOS


Quis o destino que fossem quase simultaneamente comunicadas as resultantes finais (?) da surda separação litigiosa há anos ocorrida entre Rodrigo Costa e Zeinal Bava no quadro da Portugal Telecom de então.

O primeiro conduziu a ZON após o spin-off da PT Multimédia, consolidou a empresa no mercado, internacionalizou-a, preparou uma importante transição acionista para Isabel dos Santos e ajudou a concretizar uma fusão aparentemente tranquila com a Optimus. O segundo tomou as rédeas da PT e cimentou a sua força, resistiu à OPA da Sonaecom, vendeu a Vivo à Telefónica, entrou na Oi e ajudou a concretizar uma fusão luso-brasileira.

Ambos sempre a abrir na direção de uma continuada “criação de valor para os acionistas”, portanto. Estamos assim na inquestionável presença de dois gestores empresariais de primeira água, pese embora a sua gigantesca diferença de perspetivas e estilos.

A questão, a existir, é necessariamente outra. Para uns, ela é a das reduções de efetivos que as fusões sempre arrastam. Para outros, ela é a da perda de centros de decisão nacional em favor de mãos angolanas e brasileiras – e, sendo já reconhecível que a PT vai passar a ser uma mera unidade de negócios da Oi, ainda faltará conhecer como evoluirá a entente momentaneamente traduzida na ZOPT. Em definitivo, ela é a da indisfarçável evidência de uma dramática secundarização/irrelevância da classe empresarial e dos interesses portugueses no contexto do capitalismo internacional contemporâneo…

1 comentário:

  1. Repare bem os preságios confirmam-se. A Máfia Lusófona é hoje uma realidade que surte da inexplicabilidade e da não-espectância, mas que fora sempre prevista. Muito em breve será necessário dar corpo jurídico e político a esse mar de promiscuidade, pois não creio que as nações Portugal, Angola, Brasil e Moçambique abdiquem muito mais tempo da não legislação....

    ResponderEliminar