Ainda não li integralmente o PDF de 112 páginas do
pretenso guião para a reforma do Estado que solenemente Paulo Portas apresentou
hoje ao princípio da noite. Mas entre algumas ideias dispersas que fui
apanhando, entre as quais alguns minutos da apresentação do próprio Portas, tendo
a construir a ideia de que, mais do que a apresentação de uma proposta para a
reforma do Estado, o vice-primeiro Ministro tentou apresentar um documento que
lhe permita passar a salvo por entre os pingos da chuva que ele próprio ajudou
a formar. Nada se sabe sobre se o documento representa o Governo ou se é apenas
um testemunho para a posteridade do próprio Portas sem traduzir qualquer
compromisso no seio da própria maioria.
E o mais paradoxal é que, reconhecendo a relevância
do tema e não estando preso a qualquer preceito ideológico para não o discutir,
as condições em que ele é apresentado e sobretudo o que o precede em termos da
mais completa ausência de rumo levam-me a pensar que a oportunidade está
perdida.
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