sexta-feira, 11 de outubro de 2013

50 ANOS PASSADOS...


O meu avô materno era um autodidata compulsivo. A aprendizagem permanente da língua francesa era uma das suas preferidas ocupações de tempo e foi por essa via que ele me levou ao conhecimento de Edith Piaf e da sua inconfundível voz. Cinquenta anos depois, recordo o dia em que o seu pequeno rádio a pilhas nos informava da morte aos 47 anos da diva da chanson française. “La vie en rose” e “Non, je ne regrette rien” serão talvez os maiores sucessos de Piaf, mas a ilustração de capa do “Le Monde” elegeu homenageá-la com a belíssima “La Foule” – e ainda hoje me provoca pele de galinha ouvir a história daquela multidão que, em festa e sucessivamente, o lançou nos braços dela, os empurrou unidos um ao outro e o arrancou dos braços dela, afastando-a para longe; terminando nostalgicamente, assim: “Et je crispe mes poings, maudissant la foule qui me vole / L'homme qu'elle m'avait donné / Et que je n'ai jamais retrouvé...”


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