domingo, 20 de outubro de 2013

LOCALIZAÇÕES EMPRESARIAIS GLOBAIS


Um recente relatório do “McKinsey Global Institute” (“Urban world: The shifting global business landscape”) fornece-nos duas perspetivas bem interessantes sobre o que vai vindo à tona na realidade económica global.

A primeira diz respeito à evidência do crescente peso das economias emergentes na economia mundial observada através da sua importância relativa no conjunto das 500 maiores empresas do ranking da “Fortune”: 5% nas últimas décadas do século XX, 17% atualmente (com a China a já representar 11%) e uma projeção de 46% para 2025 (24% com prevista proveniência da China).

Uma evidência que converge em absoluto com outra, inteligível a partir de uma base de dados própria constituída pelas grandes empresas mundiais (definidas como as detentoras de um volume de negócios anual superior a mil milhões de dólares): enquanto quase três quartos das atuais 8000 empresas existentes têm a sua base em economias desenvolvidas, uma estimativa para 2025 aponta mais 7000 empresas naquelas condições e 70% das mesmas com origem em países emergentes.

Uma segunda informação reporta-se à mesma realidade, mas encarada por via da localização urbana das empresas. Também aqui, a situação é cristalina: 20 cidades albergam um terço das grandes empresas mundiais, com Tóquio a constituir-se a larga distância no maior desses hubs, com apenas 10 cidades a acolherem o quartel-general de mais de 100 dessas empresas e com apenas 5 daquelas 20 cidades a pertencerem a países emergentes (a laranja no quadro abaixo). Em contrapartida, parece claro que 2025 conhecerá uma rede bem mais alargada de cidades empresarialmente relevantes (mais de 330 cidades receberão, pela primeira vez, o quartel-general de uma grande empresa internacional) e uma maior importância relativa de cidades pertencentes a economias emergentes (nessas cidades, o número de grandes empresas triplicará face a 2010, com destaque para evoluções e presenças mais notórias em S. Paulo, Beijing e Istambul).


O manancial de elementos relevantes fornecidos no relatório em apreço está longe de se esgotar neste breve aperitivo, justificando uma análise detalhada do respetivo conteúdo. Veja-se, por exemplo, o quadro abaixo que distingue a abordagem acima privilegiada (cidades liderantes em termos de localização dos quartéis-generais de empresas globais) de uma outra que lhe é complementar (cidades mais escolhidas para localização de subsidiárias estrangeiras, aspeto em que se destacam metrópoles como Sidney, Tóquio, Nova Iorque, Toronto, Chicago, Praga e Varsóvia) e assim abre caminho ao tratamento de outras dimensões assaz curiosas (como é o caso da chamada liveability).

Insaciável quando estimulado, o apetite pelo conhecimento...

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