Não sou um especial apreciador de rituais do tipo
congressos partidários, sobretudo porque se me esgota a paciência para aguentar
tantos palradores em sucessão ininterrupta, em busca de uns minutos de glória,
seja entre pares, seja em algum “take”
de televisão desesperadamente à procura do insólito.
De qualquer modo não desvalorizaria a força dos “laranjas”,
sobretudo organizados em torno de melhores expectativas eleitorais. É claro que
nem todos os adversários da linha Passos Coelho-Marco António têm a coerência
ideológica de Pacheco Pereira e por isso não resistiram, alguns mesmo não
estando na política ativa, ao banho afetivo da concentração. O episódio Marcelo
é um caso à parte, mereceria uma análise só por si e tenho a intuição de que
aquela rocambolesca entrada no congresso representa bem mais do que a encenação
afetiva que o Professor engendrou. O que é que o “entertainer” Marcelo queria provar e a quem? Talvez só saibamos
daqui a uns tempos, mas tenho dificuldade em associar a esta participação um
simples ato de reencontro saudoso com a tribo.
Mas como não podia deixar de ser o facto político
relevante do congresso é a indicação de Miguel Relvas para liderar a lista ao
Conselho Nacional proposta por Passos Coelho, aliás com aparentes maus
resultados, pelo menos numa interpretação não cabalística da proposta.
A interpretação bondosa da maior parte dos
jornalistas acomodados e do próprio Marcelo é de que foram questões de pura
amizade e de teimosia por parte de Passos Coelho que justificaram o ato.
Ora com esta não me enganam eles. Gostaria aliás
de saber que dependências tem Passos relativamente a Relvas para justificar tão
arriscada teimosia.
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