segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

UM FOSSO NAPOLEÓNICO

Atente-se em alguns números básicos sobre a dura realidade atual do posicionamento comercial externo dos dois parceiros de um imaginário eixo franco-alemão integrando as putativas potências coliderantes da construção europeia. No início do século, as exportações francesas correspondiam a um pouco mais de metade (56%) das alemãs mas no ano transato o mesmo rácio já não chegava a 40%. Coincidentemente, o comportamento das quotas de mercado mundial detidas pelos dois países ao longo do mesmo período evidencia que o maior peso relativo dos alemães passou de um fator equivalente a 1,8 (8,6% do mercado internacional para a Alemanha contra 4,7% para a França) para um fator superior a 2,5 (ligeira queda alemã para 7,8% contra uma significativa perda francesa de dois terços para 3,1%). Ainda no mesmo sentido, mas mais negativamente, o diferencial dos saldos comerciais registados pelos dois países passou de pouco mais de 50 mil milhões de euros favoráveis à Alemanha na viragem do século para o astronómico valor de 260 mil milhões de euros em 2013, com a agravante de um excedente comercial multiplicado por três no caso alemão por contraste com um caso francês em que aos ligeiros superavites dos anos inicialmente em análise se seguem défices tendencialmente estruturais em torno dos 60 mil milhões de euros entre 2008 e 2013. Mais palavras para explicar o quê?

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