segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

RETRATANDO A SITUAÇÃO SOCIAL PORTUGUESA


Comecemos pelo desemprego e por uma chamada de atenção feita por Francisco Louçã na SIC-N sublinhando que, a despeito da propaganda mais ou menos triunfalista e acéfala, o número de desempregados em Portugal já ultrapassará o milhão e quatrocentas mil pessoas. Trata-se de atentar no conceito de desemprego em sentido lato que adiciona ao número de registados (os oficiais 819 mil) o exército de inativos (sobretudo os mais de 300 mil disponíveis) e o total de subempregados (ver mais detalhes no meu post de 12 de janeiro), assim produzindo uma taxa real de desemprego em torno de 26% (mais de um em cada quatro portugueses em idade ativa).


Prossigamos com a segurança social (dados oficiais e infografias do JN de ontem) e, em especial, com a constatação de que a crise trouxe consigo uma apreciável preocupação fiscalizadora (entre correções de erros/excessos e mudanças de enquadramento e ordens de cortes a eito acrescentadas de algumas sagas persecutórias) que conduziu a que, ao longo de 2013, os beneficiários de subsídio de desemprego (SD) e do rendimento social de inserção (RSI) tivessem diminuído em cerca de 49 e 24 mil pessoas, respetivamente. De salientar, ainda, que uma conjugação dos dois quadros acima permite evidenciar que apenas pouco mais de 45% dos tais 819 mil desempregados oficialmente registados aufere o respetivo subsídio.


Terminemos com uma nota sobre a geografia dos grandes apoios sociais. Para sublinhar, nomeadamente, a triste predominância nacional do distrito do Porto (21,4% dos desempregados subsidiados do país e 28,7% dos beneficiários de RSI), dos três maiores distritos do Norte (Porto mais Braga e Aveiro, com 35,8% e 37,1%, respetivamente) e do distrito de Setúbal. Com as prestações médias a fixarem-se em valores tão expressivos quanto os 478,09 euros para o SD e os 87,21 euros para o RSI.

E assim estamos...

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