Já aqui me referi algumas vezes a Jorge Fiel e aos seus frequentemente desconcertantes editoriais no “Jornal de Notícias”. Contrariando o velho ditado, o Jorge é obrigado a falar muito com os leitores mas só desafina raramente, acertando bastantes vezes mais. Por estes dias, e a pretexto de uma reflexão sobre a sorte e o azar, saiu-se com este inspirado excerto sobre o nosso presidente da Comissão Europeia: “Durão Barroso também pode ser talentoso, mas anda sempre com um trevo de quatro folhas no bolso. Acedeu à galeria do cavaquismo por obra do tio Diamantino, que teve passagem de cometa pelo Ministério da Educação. Perder com Nogueira no congresso da sucessão poupou-o a ser a cara da derrota após uma década laranja. Emergiu da reserva num timing que parecia errado, mas acabou por ser o certo porque Guterres borregou e entregou-lhe o Governo de mão beijada. Quando na frente interna as coisas estavam a dar para o torto, agarrou a oportunidade de bazar para Bruxelas. É um Gastão.” Difícil sintetizar melhor um trajeto tão cravejado de bênçãos dos deuses...
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