sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

E O BURRO SOU EU!



Esta noite fui ao Dragão, local de onde me tenho vindo a afastar à medida que o futebol se tem vindo a revelar cada vez mais ausente. Apesar da invernia e da falta de esperança, a boa companhia do meu amigo Bruce (eventualmente o portista encartado que nasceu mais longe de nós, já que veio dos antípodas australianos!), a hipótese de uma vitória sobre um símbolo da “besta alemã” à mão de semear e a expectativa de uns preguinhos ou de uma sevilhana venceram a inércia e empurraram-me na direção errada.

Só que eu tinha a obrigação de ter previsto que hoje não era dia para cavalarias de qualquer espécie, antes um daqueles em que sentimos o espetro da lei de Murphy a rondar por perto. O mau augúrio chegara-me logo pela manhã com a notícia de que o Angelino Ferreira se tinha demitido da administração da SAD. A confirmação definitiva viria já no estádio, com os quatro mil adeptos oficialmente vindos de Frankfurt (mais aqueles dos quatro mil oficiosos que arranjaram bilhete) a admiravelmente apoiarem os seus, silenciando literalmente os poucos cânticos e incitamentos locais – uma situação completamente inédita desde que há Dragão e só com algum paralelo nos longínquos anos sessenta em que se rasgavam cartões de sócio à saída das velhinhas Antas.

O jogo, esse, confirmou a completa inaptidão de um treinador e de uma equipa técnica (em termos físicos, táticos, psicológicos e motivacionais, de liderança e de presença e sentido de intervenção no banco) que conseguiram, em poucos meses, a façanha de tornar vulgares ou até medíocres vários atletas de primeira grandeza (como os laterais brasileiros Danilo e Alex Sandro, os centrais Mangala e Otamendi, o trinco Fernando ou o ponta-de-lança Jackson Martinez) e de reduzir a cinzas a mística diferenciadora tão esforçadamente construída por aquelas bandas durante mais de três décadas. Mas haja esperança a contrapor ao fim de ciclo de que falam os detratores, porque talvez estéjamos a exagerar e o homem tenha razão quando afirma que é muito fácil dizer mal do FCPorto e quando jura que ainda pensa que póssamos vencer em Frankfurt – haja Deus e valha-nos Nossa Senhora!

(adaptado de http://henricartoon.blogs.sapo.pt e http://www.jn.pt)

1 comentário:

  1. E disse o mister na entrevista final, muito senhor do seu nariz: ..."fomos melhores que o Bayer e tenho a certeza que ganharemos em Leverkusen"!!! Podia repetir?!

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