sábado, 8 de fevereiro de 2014

PE, OK!, ROUND 1



A votação pelo Parlamento Europeu, em sessão plenária do passado dia 6 de fevereiro de 2014, do modo como o grupo de trabalho liderado pela deputada Elisa Ferreira defende um Mecanismo Único de Resolução dos Bancos contrário ao defendido pelo Conselho Europeu foi expressiva (441 votos favoráveis, 141 contra e 17 abstenções) mereceria em Portugal uma outra difusão, entre outros motivos por homenagem singela ao trabalho da deputada.
O modelo preconizado pelo Conselho Europeu (com a Alemanha a puxar por essa decisão) é bem ilustrativo das inconsistências do momento atual de concretização do projeto europeu. Ao defender um esquema de resolução que passa por estruturas nacionais e fundos nacionais e não por um fundo único como propõe o Grupo Negocial do PE e agora a instituição enquanto tal, a proposta do Conselho introduz uma elevada indeterminação e incerteza junto dos depositantes, potenciando que problemas similares em países diferentes sejam resolvidos de modo não homogéneo.
A visita do ministro das Finanças alemão Schäuble ao grupo negocial do Parlamento Europeu anunciava a preocupação alemã e dos seus seguidores relativamente à magnitude e peso da maratona negocial que iria ser desencadeada com a manutenção por parte do Parlamento Europeu das suas posições.
Do ponto de vista político, há aqui uma pitada de sal que pode animar toda esta maratona. Afinal, o Presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz é membro como é conhecido do governo de coligação Merkel – SPD. E embora possa admitir-se que a candidatura de Schulz à Comissão Europeia pode introduzir neste processo outros princípios negociais, a verdade é que o próprio Schulz com esta votação dificilmente e sem escrutínio poderá utilizar jogos de cintura para viabilizar a sua posição pessoal.
Valeria a pena já em rota para as europeias mostrar aos portugueses que aquilo que se decide e faz no Parlamento Europeu tem implicações no nosso quotidiano (neste caso a segurança dos depósitos bancários) e por isso é merecedor de maior atenção da nossa parte. O PS pelos vistos parece andar mais atarefado em demover António Vitorino ou outro qualquer peso pesado para liderar a sua lista. São opções.

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