Ontem, já passava da meia-noite recebi um mail
amigo do Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo no qual me enviava
a nota de imprensa por ele dirigida aos meios de comunicação social devido ao
encerramento do caso Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
O título do presente post é o título dessa nota
de imprensa.
Ontem, na sessão Novo Rumo em Viana do Castelo,
José Maria Costa era um homem consciente de ter feito o possível e o impossível,
mas um homem triste e magoado. Triste e magoado porque na prática e no fim de
contas foi a única voz que bradou com firmeza e convicção contra a gestão de
todo o processo. Triste e magoado porque no dia 21 de fevereiro de 2014 nem uma
voz de partido, de sindicato ou outra qualquer associação cívica ou política se
fez ouvir para acusar o desfecho. As contradições internas entre os
trabalhadores e seus representantes, a aparente aliança entre a CGTP e o
Governo não se sabe a troco de que compensações e os riscos de que uma memória
de engenharia naval possa perder-se irremediavelmente são motivos para estar
triste e magoado, sobretudo para quem trabalhou na empresa e aí iniciou uma
atividade profissional. Triste e magoado porque a direção nacional do PS não
concedeu ao caso a relevância que merecia, sobretudo pelo seu comprometimento (que
tem nomes) com decisões passadas, apesar dos impulsos Socráticos com o amigo Chávez.
Cito um excerto da nota de imprensa:
“(…) A Dignidade do Trabalho e o seu Valor Social foi
matéria que foi descuidada, tendo este processo resvalado para a “ mercearia
laboral”, configurando mais um trespasse vergonhoso, fugindo das
responsabilidades sociais, traindo a Dignidade do Estado e do elevado Sentido
do Interesse Público que qualquer governante deve prosseguir.
Os trabalhadores dos ENVC foram expurgados ao longo deste
processo da sua condição moral, sendo fustigados e desvalorizados ao longo
destes dois anos e meio, de trabalhadores que tinham a sua dignidade, que
contribuíam com o seu trabalho para a economia da sua cidade, região e país.
Indescritível manter fechados na empresa trabalhadores sem ocupação, havendo
encomendas de navios, e sem procurar uma ocupação de valorização profissional
interna.
O Valor Social do Trabalho, o orgulho da arte da
construção naval e a responsabilidade social de uma Empresa, foram subvertidos
curiosamente com alguns “encostos sindicais de última hora” á expressão mais
profunda da pressão psicológica, do rumor e do boato, da compra da dignidade
social do trabalho (…)”.
E como bom autarca que é, JMC investe num outro
caminho do possível:
“Informo que vou solicitar ao Senhor Primeiro Ministro
uma intervenção urgente no Alto Minho que reduza o impacto negativo da crise
dos ENVC, envolvendo os principais atores públicos para a realização de um
Programa de Emprego e de Acolhimento Empresarial para a Região.
Não nos conformamos com esta situação e queremos afirmar
a nossa vontade de apostar numa estratégia competitiva da nossa cidade e da
nossa comunidade. Para isso apresentaremos uma proposta que estruture uma Ação
Integrada de Valorização do Emprego e da Economia Local no apoio à fixação de
novas empresas, no reforço das indústrias instaladas, na qualificação dos
nossos recursos humanos e na atratividade económica da região.”
Será que as dúvidas de JMC vão confirmar-se? Vai
a Martinfer honrar a memória de uma empresa?
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