domingo, 9 de fevereiro de 2014

O MELHOR DO FIM-DE-SEMANA



O melhor do fim-de-semana para compensar esta tormenta que nos atormenta:
Sábado, Pacheco Pereira no Público:
Se se quiser travar este caminho de desastre não se vai lá com esquerda versus direita, mas com a aliança que já existe de facto entre os que se opõem a este Governo, a começar pelos que estão no PSD, no CDS, ou no PS, que representam a única esperança do sistema político-partidário da nossa democracia sobreviver à crise. A responsabilidade de Rui Rio e de António Costa é grande, até porque são os únicos que nos seus partidos juntam legitimidade eleitoral junto dos portugueses com experiência governativa. Com eles, há que conversar com todos, a começar pelas forças sociais, sindicatos e confederações patronais, porque não se pode estar sempre a falar da gravidade da actual situação e depois actuar como se fosse tudo como dantes. Na verdade, isto corresponde ao sentimento dos portugueses comuns, que estão literalmente ‘passados’ com este Governo, como também fartos de muita da sua oposição sistemática. Por isso, nunca houve tanto eleitorado disponível, mas ele é, como se diz, ‘horizontal’, sem desprimor para as ‘grandes horizontales’.
Existe um programa comum possível? Existe. Eu penso que se deve ser intransigente com a ‘obra’ deste Governo, cuja destruição do país, o salgar da terra portuguesam vai durar muito para além sequer da memória de algumas das suas figuras, mas entendo que isso não significa colocar debaixo do tapete alguns dos problemas que estão na base de muita retórica governamental e defrontá-los com moderação”
Pelo que se ouve de Rui Rio quando abre a boca em tom mais ou menos oficial (um vazio exasperante de ideias), não estaria tão esperançado como o JPP, mas a ideia global de uma alternativa partidária com grande apoio da concertação social e de algumas personalidades da social-democracia e do centro-direita  não me é estranha e já aqui a referi.
Sábado, também no Público, Vasco Pulido Valente sobre a pessoalização das esquerdas:
(…) Não se percebe o que separa o Bloco das suas crias, nem o que o individualmente distingue cada cria. Mas devemos supor que há entre toda a gente divergências gravíssimas, porque se não houvesse não haveria também a balbúrdia instalada na ‘esquerda’ e o ódio fraterno habitual nestas zangas.”
De facto, é necessário um profundo conhecimento de “inside information” sobre estas organizações para compreender (e sobretudo levar a sério) as putativas diferenças entre toda esta gente. Gente que não se pode queixar do magnânimo acolhimento que a comunicação social lhes concede.
Domingo, no Público, carta aberta de Santana-Maia Leonardo à família de Salgueiro Maia:
(…) “Eu compreendo que os políticos da República de Lisboa gostassem de ter o Capitão de Abril ali à mão de semear para, de vez em quando e por rotina, lá irem colocar uma coroa de flores e dizer umas palavras de circunstância. Mas têm de ter paciência como os alentejanos. Se querem depositar coroas de flores no túmulo de Salgueiro Maia, têm de vir a Castelo de Vide, sempre têm a oportunidade de apreciar na viagem o deserto em que transformaram o interior do país.”
Palavras duras que ilustram bem o sentimento da não coesão no país.
Domingo, no Mezzo (TV por cabo), à hora do almoço ou do brunch consoante as opções:
Uma memorável Sinfonia nº 2 de Mahler, Ressurreição, com a orquestra de Lucerna, dirigida pelo desaparecido Claudio Abbado e com o Orféon Donostierra.
O simples prazer de estar vivo para usufruir do simplesmente sublime.

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