Foi conhecida a vontade da atual maioria de
desmontar toda a máquina administrativa e de conceção da Iniciativa Novas
Oportunidades (INO), que foi bandeira do governo Sócrates. Não é meu objetivo
discutir essa posição da maioria, pode dizer-se que lhe assistia esse direito. Tinha
a perceção de que a INO, a partir do momento em que passou a envolver públicos
mais complexos, com menor capacidade de explicitação de competências a
certificar escolar e profissionalmente e que a certificação profissional
começou a patinar, entraria numa fase de rendimentos decrescentes. Nessa fase
seria cada vez mais difícil conjugar a satisfação elevada junto dos candidatos
aprovados na certificação escolar com a manutenção de rigor no processo. Haveria
por certo de proceder à revisão do sistema.
Mas o problema é que tal como noutros domínios, a
atual maioria destrói, confronta-se com a sua própria incapacidade e demora
tanto tempo a elaborar alternativas que, quando quer reatar os processos,
debate-se com a destruição de universos anteriores e tem de partir do zero. Mais
uma ilustração da estratégia do vazio em que o ministério de Crato tem sido exímio.
Ora eis que as Novas Oportunidades reaparecem,
provavelmente partindo do zero.
Por curiosidade, o post abre com o folheto
comunicacional que anuncia tal regresso e não posso deixar de me fixar na
linguagem comunicacional:
“ Se para ti informação …
é nas redes sociais;
orientação … no GPS;
qualificação … no futebol;
ESTÁS OUT! Liga-te!
CQEP – Centros para a Qualificação e o Ensino
Profissional.
Projete o seu Futuro!”
Palavras, para quê? É um governo português e a
linguagem comunicacional diz muito!
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