Após um processo bem gerido, saldado com danos razoavelmente controlados e alguns resultados positivos, o PS concluiu a feitura das suas listas a apresentar às legislativas de 4 de outubro. Não obstante, urge verdadeiramente mudar uma metodologia pouco transparente e democrática, quase medieval e nada dignificante.
Uso o que se conhece da lista do Porto (acima) para ilustrar o que foi a “renovação” possível – e viva o velho, há que desabafar! Comparando a lista deste ano com a de há quatro anos, o maior mérito está na escolha de um cabeça-de-lista independente e altamente prestigiado de diversos pontos de vista – Alexandre Quintanilha. No restante, verifica-se que dez (50%) das figuras que constam dos vinte primeiros lugares são continuidades (incluindo algumas supostamente vitalícias, como Alberto Martins, Renato Sampaio e Fernando Jesus, com José Lello a constituir a grande ausência deste grupo já dificilmente classificável) e que há mais uma candidatura que se traduz numa mera troca de distrito com vantagem para o Porto (Miranda Calha por Gabriela Canavilhas). Sobram assim oito candidatos, sendo que quatro deles (José Luís Carneiro como líder da Distrital e o seu mentor Ricardo Bexiga, Tiago Barbosa Ribeiro como líder da Concelhia e Pedro Bacelar de Vasconcelos enquanto dirigente nacional) são inerências ou quase (embora as haja felizes). Na realidade, portanto, temos as quatro caras da segunda linha abaixo a constituírem-se em autênticas novidades – são elas uma professora de Direito na Universidade Autónoma de Lisboa e com ligações à área da Segurança Interna (uma nova Anabela Rodrigues ou algo que apenas o tempo ajudará a compreender?), a ex-autarca da Trofa (não haveria premiações por serviços prestados mais justas do que esta?), a vereadora sem pelouro da Câmara do Porto (finalmente algum descanso, Manuel Pizarro?) e um representante da JS (aplauso).
Fico assim na legítima dúvida sobre se um eventual voto meu no PS deverá ser entendido como um reconhecimento ao Alexandre, uma validação implícita das curvas e contracurvas associadas às ambições pessoais de Carneiro, um suporte ao aparelhismo dos lugares cativos e das cunhas mais fortes e bem dirigidas, uma ajudinha no desbloquear de problemas internos ou uma aceitação resignada de alguns equilíbrios melhorados que acabam por resultar. E assim vamos...
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