Por muito que se quisesse, não há mesmo como fugir ao assunto! Incontornável pela crescente probabilidade de uma catástrofe aqui ao pé da porta.
Nos barbecues estivais ou deitados nas areias das praias (imagens acima), os cidadãos europeus observam a catadupa de espantosos episódios que vão pontuando a crise grega e do Euro e pronunciam-se em torno deles nos mais desencontrados sentidos.
Enquanto isso, os políticos reúnem como baratas tontas em Bruxelas, mais na busca individual e egoísta de limpar as respetivas faces e de satisfazer opiniões públicas que viciosamente alimentaram do que de encontrar soluções decentes e eficazes. E é assim que, entre “fugas de informação” em torno de uma ruidosa altercação havida entre Draghi e Schäuble, promessas ridículas de luta até ao último minuto (Juncker), ameaças alemãs de que um acordo não será a qualquer custo (Merkel), hipóteses inconcebíveis de uma suspensão temporária da Grécia da Zona Euro (Schäuble), inacreditáveis referências italianas à confiança a construir pelos gregos (Padoan) e outras “bolas fora” (lituanas ou eslovacas, por exemplo, para não falar do covarde trabalho de bastidores de espanhóis e portugueses) ou até chantagens (como a do ministro finlandês das Finanças a vir dar a conhecer que já tem mandato para votar um Grexit), lá vemos surgir à entrada para a Cimeira um Hollande que, qual Bela Adormecida repentinamente despertada, jurava a pés juntos que l’enjeu c’est l’Europe.
Algum tempo depois, interrompida a reunião para mais uma exibição de poder alemão para alemães verem e fruírem – com exigência de colaterais e tudo, à pior maneira dos grandes predadores financeiros! Aconteça o que acontecer, julgo que já nada possa reabilitar esta Europa em definitivo descaminho desagregador. Terá certamente chegado o tempo de nos pormos, todos, a discutir os meios sobrantes para conjurar a “catástrofe iminente” sem termos de contar com o inestimável contributo da senhora Le Pen e da sua “Europa das Nações e das Liberdades”...
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