(Os efeitos do valor mercantil da arte…)
A arte é cada vez mais uma fonte de reserva de valor, embora se trate de
aplicação arriscada, reservada a conhecedores ou pelo menos a quem se sinta
confiante nos pareceres e conselhos que recolhe.
Mas ninguém ousaria dizer que estaria ligada a uma espécie de fim de festa
ou fim de feira do cavaquismo económico, à medida que diferentes personalidades
desse universo vão caindo, uma a uma, numa destruição anunciada, em qualquer processo
económico em que a euforia se substitui ao racional económico, sobretudo quando
essa euforia é alimentada pelo crédito.
A venda do Cortejo Nupcial de Brueghel a uma galeria de Genebra prolonga o
que a grande controvérsia da coleção Miró “armazenada” pelo BPN de Oliveira
Costa já tinha antecipado. Ninguém diria que um Brueghel iria estar ligado como símbolo à queda de
uma das personalidades mais badaladas do cavaquismo económico, neste caso,
preparada a partir de Bragança, Duarte Lima.
O capital-arte circulou pelo país numa ilusão de grandeza e de poderio, mas
à euforia sobrepõe-se a depressiva queda e circulará por esse mundo fora à
procura de uma nova euforia.
Sem comentários:
Enviar um comentário