sexta-feira, 31 de julho de 2015

O QUE UM BRUEGHEL PODE REPRESENTAR …




(Os efeitos do valor mercantil da arte…)

A arte é cada vez mais uma fonte de reserva de valor, embora se trate de aplicação arriscada, reservada a conhecedores ou pelo menos a quem se sinta confiante nos pareceres e conselhos que recolhe.

Mas ninguém ousaria dizer que estaria ligada a uma espécie de fim de festa ou fim de feira do cavaquismo económico, à medida que diferentes personalidades desse universo vão caindo, uma a uma, numa destruição anunciada, em qualquer processo económico em que a euforia se substitui ao racional económico, sobretudo quando essa euforia é alimentada pelo crédito.

A venda do Cortejo Nupcial de Brueghel a uma galeria de Genebra prolonga o que a grande controvérsia da coleção Miró “armazenada” pelo BPN de Oliveira Costa já tinha antecipado. Ninguém diria que um Brueghel iria estar ligado como símbolo à queda de uma das personalidades mais badaladas do cavaquismo económico, neste caso, preparada a partir de Bragança, Duarte Lima.

O capital-arte circulou pelo país numa ilusão de grandeza e de poderio, mas à euforia sobrepõe-se a depressiva queda e circulará por esse mundo fora à procura de uma nova euforia.

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