Já dei mais pela eficácia e existência partidária do jovem presidente da Concelhia do PS-Porto, Tiago Barbosa Ribeiro (TBR), nestes meses que leva de mandato renovador do que por todos os seus antecessores concelhios e distritais juntos em anos de exercícios autocentrados e, por vezes, até perversos. Mérito dele e de quem o acompanha, responsabilidade de aparelhistas que se arrogaram o direito de se fazer donos de uma entidade política cujo fim último reside na sociedade que a envolve, cumplicidade de muitos “barões” a quem se exigia bem mais do que o culto do umbigo e o conforto da preguiça.
TBR assina hoje no JN um artigo corajoso e importante que intitula “Vamos acabar com o PREC”. No centro da sua argumentação está o inibidor “bloqueio histórico” de uma esquerda portuguesa que, sendo maioritária no País, “não consegue encontrar as pontes necessárias para uma ação comum”; bem assim como uma convicção de que “a esquerda tem muito mais a uni-la do que a dividi-la” e de que é possível vencer divisões ultrapassadas – e significativamente justificadas por especificidades muito lusitanas – para abrir desejáveis convergências de longo prazo.
Não sei se TBR irá deixar o Porto em favor de um lugar de deputado nas próximas listas eleitorais do PS, o que seria aliás merecido e útil de diversos pontos de vista. Incluindo o facto objetivo de que teríamos um marreta a menos na Assembleia da República. E se, por um lado, tal seria o meu desejo, por ele e em nome da credibilidade parlamentar, por outro lado lamentá-lo-ia em função da candência da limpeza e renovação partidária (interna e externa) que TBR dá provas de poder incentivar e promover. Veremos, sendo que o que quer que venha a acontecer não dispensa TBR de também procurar influenciar os nomes de uma lista de candidatos a deputados que o Porto já merecia ver enobrecida...
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