domingo, 5 de julho de 2015

OXI

(Franck Chartron, http://lemonde.fr)

Oficialmente, os gregos estiveram este sábado em reflexão. Na realidade, estou convencido de que poucos cidadãos helénicos desligados de interesses mais ou menos perversos terão dúvidas substantivas quanto ao essencial do que seria a sua verdadeira opção livre.

O que terá assim remetido a sua ponderação para uma exclusiva questão dilemática: afirmar até ao fim a sua dignidade nacional, secundarizando o imprevisível alcance das suas consequências económicas e sociais, ou ceder à chantagem dos credores, na incerta esperança de que tal lhes poderá acarretar menos prejuízos próprios e próximos.

Parece que serão os indecisos de última hora a decidir o resultado final, o que não deixa de ser desde já um resultado notável – só que o que está em causa é de tal modo absoluto e perigoso...




Pessoalmente, e apesar da óbvia irrelevância do que segue, não resisto a tomar partido. Sem qualquer assomo de diletantismo, espero. Apenas em nome da afirmação de uma dignidade que um dia poderá ser também a minha e em homenagem ao moribundo projeto europeu em que acreditei e de que, lamentavelmente, até fui um engajado arauto.

(Giannis Kalaitzis, http://www.efsyn.gr)

Porque, como bem apontava ontem Simon Kuper no “Financial Times”, o que resta do projeto europeu já só consiste em tentativas incompetentes, prepotentes ou desesperadas de digerir um disfuncional, intragável e impossível Euro. À alemã e à bruta ou assente em compromissos e remendos, esta Europa suicidária dificilmente sairá do coma irreversível. Isto se não lhes der para pior...

(Turhan Selçuk, http://www.lemonde.fr)

(Mette Dreyer, http://politiken.dk)

(Steve Bell, http://www.guardian.co.uk) 

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