(Um ponto
alto do fim-de-semana)
A crónica de hoje no Público de Teresa de Sousa é
um hino à liberdade vista pela perspetiva de quem teve algum dia uma vivência
de Paris. É talvez uma reminiscência saudosista de uma França que já não existe
e que talvez não possa ser reinventada para mal das nossas memórias que se
perderão com o tempo. O ponto nº 3 do texto de TS leva-nos a um olhar típico de
uma geração, aquela que talvez afetivamente tenha sentido mais a destruição que foi
imposta à convivialidade urbana, como dano central de uma guerra religiosa de
proporções imprevisíveis.
“Se a França
perder as esplanadas de Paris, a Europa perde parte da sua alma. Compreendo por
antecipação o olhar implacável da jovem intelectualidade nacional, que teve o
privilégio de estudar nas melhores universidades anglo-saxónicas onde se
habituou a olhar a França como um país que apenas se reforma pela revolução,
que é a pátria de Voltaire mas também de Rousseau, que inventou o terror
enquanto abria as portas ao ideal da igualdade, da fraternidade e da liberdade,
que permanece um lugar de jacobinos incapazes de compreender o liberalismo no
seu sentido filosófico. Têm outra forma de olhar para as coisas, não sei se
melhor ou pior, mas onde tenho a certeza que não cabem as esplanadas de Paris.”
Ergo um copo imaginário do Beaujolais Nouveau para celebrar a não destruição
da convivialidade urbana e a prosa de uma jornalista de eleição.
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