domingo, 22 de novembro de 2015

À BOLEIA DE TERESA DE SOUSA




(Um ponto alto do fim-de-semana)

A crónica de hoje no Público de Teresa de Sousa é um hino à liberdade vista pela perspetiva de quem teve algum dia uma vivência de Paris. É talvez uma reminiscência saudosista de uma França que já não existe e que talvez não possa ser reinventada para mal das nossas memórias que se perderão com o tempo. O ponto nº 3 do texto de TS leva-nos a um olhar típico de uma geração, aquela que talvez afetivamente tenha sentido mais a destruição que foi imposta à convivialidade urbana, como dano central de uma guerra religiosa de proporções imprevisíveis.

Se a França perder as esplanadas de Paris, a Europa perde parte da sua alma. Compreendo por antecipação o olhar implacável da jovem intelectualidade nacional, que teve o privilégio de estudar nas melhores universidades anglo-saxónicas onde se habituou a olhar a França como um país que apenas se reforma pela revolução, que é a pátria de Voltaire mas também de Rousseau, que inventou o terror enquanto abria as portas ao ideal da igualdade, da fraternidade e da liberdade, que permanece um lugar de jacobinos incapazes de compreender o liberalismo no seu sentido filosófico. Têm outra forma de olhar para as coisas, não sei se melhor ou pior, mas onde tenho a certeza que não cabem as esplanadas de Paris.”

Ergo um copo imaginário do Beaujolais Nouveau para celebrar a não destruição da convivialidade urbana e a prosa de uma jornalista de eleição.

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