É altamente revelador de previsíveis impactos macroeconómicos de tomo que o atual diferencial entre os yields das obrigações americanas e alemãs tenha atingido o seu máximo histórico desde a criação do Euro. Com efeito, e tomando os valores de há três dias atrás, os números mostram que a dívida alemã a cinco anos já não garantia mais do que um rendimento negativo (-0,11% no caso) enquanto a dívida americana para a mesma maturidade ainda oferecia um rendimento anual de 1,65% - um gap apenas comparável (ver gráfico acima) ao que se verificava em julho de 1999.
O que significa, em termos mais concretos, este facto? Pois que se tornam crescentes as expectativas de que o BCE e a FED tenderão a evoluir em direções opostas a muito curto prazo, com a FED a aumentar previsivelmente as suas taxas de juros diretoras pela primeira vez desde 2006 e o BCE a estender e incrementar os seus programas de estímulo à economia via compra de ativos. No essencial, esta(re)mos assim confrontados com uma divergência de grande espetro entre os comportamentos das economias americana e europeia – com consequências potencialmente gravosas em variados planos e o desempenho da economia mundial à espreita...
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