A nível dos seus 41 secretários de Estado, e além do já citado pelo meu colega de blogue José Mendes (apenas secretário de Estado e incompreensivelmente remetido para o Ministério do Ambiente), o XXI Governo, que hoje toma posse e não posso senão apoiar, também nos traz algumas boas surpresas (como Fernanda Rollo na Ciência, Fernando Araújo na Saúde ou João Wengorovius Meneses na Juventude e Desporto, p.e.) e outras tantas escusadas partidarices (que me dispenso de mencionar), apresentando-nos ainda casos de curiosidade familiar, arrependimento implícito e regresso (im)provável, para além de boas charadas. Abaixo, um exemplo de cada um destes tipos:
(i) em matérias familiares, temos marido e mulher (um aspeto em que já me calhou ser protagonista de um desses casos) e temos pai e filha, mas o mais picante é a entrega da Energia a um primo de Seguro e do Tesouro e Finanças a um primo do Mourinho;
(ii) quanto a arrependimentos, duas singelas ilustrações com Célia Ramos, a escolhida pelo anterior governo para substituir o exonerado Ricardo Magalhães na Estrutura de Missão para a Região Demarcada do Douro, e o filho de Guilherme Oliveira Martins, aparentemente já restabelecido da sua leitura inicial relativamente ao primeiro-ministro que agora aceita como seu;
(iii) sobre regressos, não esperava, mas é provavelmente muito bem pensado, o de Nelson de Souza aos fundos estruturais (um servidor que paulatinamente vai indo e vindo há, pelo menos, trinta anos e conhece os meandros como poucos), acrescendo-lhe o registo da reincidência de Teresa Ribeiro no MNE e da recorrência de Luís Vieira na Agricultura;
(iv) por fim a charada: após a matriarca Manuela Aguiar, que durante anos fez a Emigração e depois inaugurou as Comunidades Portuguesas, teremos a partir de hoje oito secretários de Estado a terem ocupado a pasta e a interrogação que releva é sobre o que possa haver que justifique a estranha escolha do Carneiro de Baião para um lugar onde primaram José Vitorino e José Cesário (na área do PSD) ou José Lello e António Braga (na área do PS).
Quanto ao mais, e por entre bastantes “melões” promissores para abrir, a especial significância da opção por Pedro Nuno Santos para o papel crucial das relações com as outras formações partidárias (nomeadamente à Esquerda), a estranheza de a Indústria surgir entregue a um homem que vem de um bom trabalho mas delimitado à “Startup Lisboa” (nem Carlos Oliveira, no anterior governo, ousou ir tão longe) e a particularidade pessoal de reencontrar na lista (trinta e oito anos depois) o nome de um ex-colega de estágio para exercício de funções na Saúde. E, como sou canhoto, aqui fica o voto de que entrem todos com o pé esquerdo...
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