(Jean Plantu, http://lemonde.fr)
Erdogan ganhou as eleições turcas com uma inesperada maioria absoluta. Apenas quatro meses depois de ter perdido três milhões de votos, o pouco convencional ditador obteve resultados da sua teimosa e arriscada aposta por novas eleições e da “estratégia de tensão e medo” com que enfrentou essa reincidência. Com a vantagem adicional de o seu AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento, islamita conservador) ter conseguido o essencial da sua progressão para 49,3% dos sufrágios à custa do HDP (esquerda pró-curda), embora seja de registar pela positiva que tal percentagem é ainda insuficiente para lhe permitir a tão desejada quanto indesejável modificação da Constituição.
(Ilias Makris, http://www.kathimerini.gr)
Deste modo, a consequência mais relevante do referido processo eleitoral será o facto de estarmos perante a confirmação de um líder turco que veio para ficar e que contará seguramente bastante no desenrolar de questões tão internacionalmente determinantes quanto o são a guerra na Síria e a crise dos refugiados. A União Europeia, em particular, terá de saber lidar com Erdogan nesta tão melindrosa matéria, como aliás a visita de Merkel a Ancara no mês passado já tinha claramente evidenciado – e a Turquia a funcionar como absorsor ou tampão em relação ao êxodo sírio vai custar uma nota preta ou um forçado engolir de sapos que já eram dados por definitivamente adormecidos...
(Joep Bertrams, http://www.caglecartoons.com)
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