quinta-feira, 5 de novembro de 2015

SUBITAMENTE, A TURQUIA...


(Jean Plantu, http://lemonde.fr)

Erdogan ganhou as eleições turcas com uma inesperada maioria absoluta. Apenas quatro meses depois de ter perdido três milhões de votos, o pouco convencional ditador obteve resultados da sua teimosa e arriscada aposta por novas eleições e da “estratégia de tensão e medo” com que enfrentou essa reincidência. Com a vantagem adicional de o seu AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento, islamita conservador) ter conseguido o essencial da sua progressão para 49,3% dos sufrágios à custa do HDP (esquerda pró-curda), embora seja de registar pela positiva que tal percentagem é ainda insuficiente para lhe permitir a tão desejada quanto indesejável modificação da Constituição.

(Ilias Makris, http://www.kathimerini.gr)

Deste modo, a consequência mais relevante do referido processo eleitoral será o facto de estarmos perante a confirmação de um líder turco que veio para ficar e que contará seguramente bastante no desenrolar de questões tão internacionalmente determinantes quanto o são a guerra na Síria e a crise dos refugiados. A União Europeia, em particular, terá de saber lidar com Erdogan nesta tão melindrosa matéria, como aliás a visita de Merkel a Ancara no mês passado já tinha claramente evidenciado – e a Turquia a funcionar como absorsor ou tampão em relação ao êxodo sírio vai custar uma nota preta ou um forçado engolir de sapos que já eram dados por definitivamente adormecidos...

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