quarta-feira, 25 de novembro de 2015

CATÓLICA PORTO BUSINESS SCHOOL



Fim de tarde muito agradável e estimulante, correspondendo a um amável convite da “Católica Porto Business School” (a nova marca unificada da Escola, assim desaparecendo a ex-Faculdade de Economia e Gestão) e da sua diretora Sofia Salgado Pinto. Recolhi de um seminário sobre “A Qualidade da Gestão”, animado por José Fernando Pinto dos Santos (JFPS) e Rui Moreira (RM), muitos motivos de reflexão útil e deles evidencio alguns brevíssimos apontamentos:

· JFPS sublinhou com clareza o erro de se confundir qualidade de gestão com resultado da empresa, sustentou a ideia de que a qualidade de gestão é o derradeiro fator de desempenho de uma empresa... e de um país, defendeu que a baixa qualidade de gestão em Portugal é a causa principal do nosso atraso e pobreza, explicitou os tratamentos academicamente disponíveis sobre como entender a qualidade de gestão (atitude, capacidade, aprendizagem, práticas), deu a conhecer alguma da sua recente investigação na matéria (designadamente no tocante aos fatores explicativos da nossa baixa qualidade de gestão, da incapacidade de autoavaliação aos contextos institucional e cultural) e insistiu nas limitações portuguesas associadas ao conceito de tempo dominante (um tempo policrónico, traduzido numa simultaneidade de tarefas em execução, em permanentes alterações em relação ao projetado e num cumprimento precário dos compromissos), essencialmente, e à predominância do particularismo e de uma aversão à incerteza; terminou com cinco contributos no sentido da nossa melhoria (ganharmos consciência, desenvolvermos os gestores, adotarmos comportamentos monocrónicos, valorizarmos as evidências e não as opiniões e avaliarmos a realização e não o realizador).

· RM elegeu pronunciar-se sobre a má gestão da coisa pública em Portugal e salientar o seu claro agravamento recente, que explicou largamente (do depauperamento dos gestores e dos políticos à fobia ao mérito, da desconfiança à remuneração, das máquinas partidárias aos novos modelos de contratação pública, do centralismo e anquilosamento da máquina do Estado, dos ciclos eleitorais ao olhar enviesado da comunicação social) recorrendo a interessantes mas assustadores exemplos saídos da sua experiência camarária no Porto (que guardo, obviamente, para registo próprio) e concluindo com a necessidade de adicionarmos à defesa do Estado Social uma lógica tendente a valorizar nuclearmente a qualidade dos serviços públicos.

Refira-se ainda que, à boleia deste excelente pretexto, foi também bom rever um Professor Carvalho Guerra em grande forma e reencontrar e reagendar trocas de impressões com a Ana Corte-Real, o João Meneses e a Leonor Sopas, gente que continua a ser alguma da que melhor vai ajudando a construir quotidianamente o projeto da agora CPBS.

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