segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A PALAVRA ÀS MULTINACIONAIS



Passagem de uns dias por uma Bruxelas especialmente movimentada na dimensão securitária e onde o terrorismo parece ter uma base forte (sobretudo concentrada no bairro de Molenbeek, por cá conhecido pelo enorme peso da população muçulmana que alberga). Depois de um agradável convívio com professores (incluindo o diretor José Varejão e os meus ex-pupilos Rui Henrique Alves, agora na REPER, Francisco Barros Castro, agora na Direção-Geral de Economia e Finanças da Comissão Europeia, e os expressamente deslocados Óscar Afonso, Ana Paula Africano e Miguel Fonseca) e alunos da minha velha FEP em visita de estudo, uma tarde diferente e com momentos épicos assistindo a uma reunião extraordinária do Comité “TAXE” com várias empresas multinacionais.

Mais especificamente, o enquadramento conta-se em poucas palavras: aquele Comité decidira, no âmbito da componente dos seus trabalhos relativa aos impostos sobre as sociedades na Europa e globalmente, convidar 17 grandes empresas a serem ouvidas sobre as suas práticas na matéria. Pois apenas quatro delas corresponderam aceitando participar numa audição. Entretanto, e com o relatório final já apresentado pelos corelatores Elisa Ferreira (PSE) e Michael Theurer (ALDE), positivamente votado pelos membros do Comité e a aguardar uma decisão em plenário na próxima semana, 11 entidades comunicaram a sua vontade de corrigirem o tiro e ainda poderem ser ouvidas – o que está agora a acontecer, portanto, e deixa apenas duas corporações na lista mais negra da transparência (abaixo os logótipos das 17 organizadas em três grupos de acordo com o grau crescente de opacidade da sua atitude perante o Parlamento Europeu). A sessão começou com o presidente Alain Lamassoure a dirigir-se aos responsáveis presentes com duas afirmações bem explícitas: “os senhores sabem que nós sabemos”, por um lado, e “evitem contar-nos histórias como se se tratasse de crianças”, por outro. E está a ser um verdadeiro show!



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