(Infelizmente
uma boa altura para compreender o poder de antecipação do pensamento de Karl
Popper)
Na obra de 1945 “The
Open Society and its Enemies” Popper parece que antecipava os
acontecimentos de hoje:
“A
tolerância ilimitada pode conduzir ao desaparecimento da tolerância. Se
estendermos a tolerância ilimitada mesmo aqueles que são intolerantes, se não
estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra a investida
dos intolerantes, isso levará à destruição dos tolerantes e com eles da
tolerância … Devemos por isso reclamar, em nome da tolerância, o direito de não
tolerar os intolerantes.”
Por estas
palavras de Popper também passa a defesa da liberdade, do direito à
convivialidade urbana, num contexto de respeito pela liberdade religiosa. O
equilíbrio entre a deriva inevitável a curto prazo da perspetiva securitária
coletiva e individual, expressa na organização da segurança e da vigilância
individual, e o respeito pelas liberdades de expressão, de circulação e outras
constituirá o ponto forte da preservação da democracia nos próximos tempos. E
para a prossecução desse equilíbrio as palavras de Popper têm um peso enorme e
decisivo, a começar pela rigorosa definição e identificação dos “intolerantes”.
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