O Cardeal Patriarca de Lisboa falou hoje em Fátima sobre a situação política portuguesa. E disse assim, nomeadamente: “São cidadãos como os outros cidadãos. Apresentaram-se à eleição. Tiveram os votos que tiveram. Combinam-se com as outras forças políticas que estão presentes na Assembleia da República. É daí que saem os governos, depois, por indicação do Presidente da República. (...) O que me importa é que todas as possibilidades que estão dentro do quadro constitucional em vigor sejam atendidas e que depois se corresponda da melhor maneira. (...) Há alguma novidade, alguma, não absoluta, na situação presente, mas enfim há constitucionalistas, há políticos responsáveis, façam da melhor maneira. Eu não me surpreendo de véspera.”
Uma posição serena e coerentemente embebida na lei geral que nos rege, uma posição que manifestamente contrasta com as declarações trauliteiras e desesperadas da maioria dos políticos à Direita (onde já não se distingue a decência de Diogo Feio da indecência de Paulo Rangel). E, muito em especial, com a enormidade da intervenção de final da tarde de Passos – postulando a existência de uma “fraude eleitoral”, agora já só resolúvel com eleições antecipadas para cuja realização se deveria promover uma apressada revisão constitucional disso facilitadora; o delírio de uma revisão constitucional, portanto, com vista a enfrentar um problema conjuntural, algo que é esclarecedor sobre a estaleca de um estadista “poucochinho”!
Resta-me apelar a que haja no próximo Domingo, por esse País fora, práticas sacerdotais consonantes com aquela posição da hierarquia eclesiástica em direção a um povo católico que, não deixando de ser estruturalmente ignorante, se vai presentemente mostrando cada vez mais confundido com a barafunda e gritaria que o envolve!
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