terça-feira, 10 de novembro de 2015

A CAMINHO DE UM NOVO GOVERNO – LIVE (III)

(João Fazenda, http://visao.sapo.pt)


Assisti hoje a grande parte da primeira parte do debate sobre o programa do XX Governo, o de Passos e Portas. E lembrei-me várias vezes de um artigo do Leonel Moura no “Jornal de Negócios” falando de um Portugal ensandecido a criar um governo simplesmente para cumprir a formalidade de uma rejeição parlamentar e referindo que tudo isto faz lembrar a guerra do Solnado (chegando mesmo a explicitar algo do género: “Está lá, é do Governo? E desata tudo a rir”).

Estou obviamente a ser um pouco excessivo, sobretudo na medida em que sempre entendi que a legitimidade do que vier a acontecer daqui em diante se fundamenta largamente no cumprimento efetivo da formalidade destes dois dias. Mas a malta, sobretudo à direita, podia pelo menos esforçar-se por disfarçar qualquer coisinha e dar alguma dignidade ao ato associado ao seu próprio desígnio governativo. O certo é que, embora Passos ainda tenha vagamente tentado ir à substância dos temas programáticos, nada disso aconteceu e a dominante ficou-se pela azia e a irritação de Montenegro, Hugo Soares, Abreu Amorim e Leal Coelho mais de Nuno Magalhães, Telmo Correia, Meireles e Vânia, entre outros coligacionistas. Muito mau!

A confirmarem-se as previsões que parecem ser as mais fundamentadas, este “governo do Solnado” vai cair amanhã. Melhor dito, vai manter-se em mera gestão até que Cavaco e Maria se decidam; e ou muito me engano ou tal decisão ainda vai ser objeto de muita mastigação e, portanto, tardar. Com a vantagem de, em cada dia que passe, assim ir crescendo o currículo dos corajosos filhos de Maria José Nogueira Pinto e Jaime Gama ou de cromos das distritais partidárias tipo Virgílio Macedo e Pinto Luz ou da ministra culta, igualitária e cidadã. Amanhã há mais...

(A Criada Malcriada, http://www.sabado.pt)

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