quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A CAMINHO DE UM NOVO GOVERNO – LIVE (V)

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Pois assim é: ficaremos então a aguardar o veredito cavaquista, esperando com António Vitorino que o mesmo – afinal a mera escolha do menor de dois males (indigitar Costa ou manter o governo de Passos em gestão), nos termos da sua avaliação presidencial – não vá tardar. No que não creio, aliás, atendendo aos por demais conhecidos tiques narcísicos do “bicho” (como soe dizer-se).

Do dia de hoje fica muito pouco, para além do resultado e da sua histórica dimensão. De registar, talvez mesmo só um bom discurso de Mário Centeno em resposta a Albuquerque mais o voto do PAN a favor da moção do PS, para positivos, e uma inaceitável e crispada “geringonça” da parte de Portas mais a encoberta assinatura dos acordos bipartidários à esquerda, para negativos.

Entretanto, e com a Comissão Europeia a assumir desta vez uma posição institucional discreta e adequada, as pressões externas já começam a fazer-se sentir (como bem o comprovam as insinuações – exemplos abaixo – tendentes a ler a situação portuguesa como apontando para uma nova Grécia). O que vai sendo agravado pelas reticências de muitos analistas sobre a exatidão das contas de Centeno (veja-se, a fechar este post, o cenário macroeconómico revisto) em face dos 51 compromissos acordados entre o PS e os outros três partidos, o que a manchete do “Jornal i” sintetizava de forma visualmente expressiva. E, ainda, pelas dúvidas em múltiplas direções que vão sendo levantadas quanto ao limitado grau de amarração do PCP e do BE nos acordos assinados, o que Costa indiretamente não recusa quando confessa que a durabilidade de um seu governo “depende da boa governação que possamos fazer”...




(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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