(R. Reimão e Aníbal F, Elias O Sem Abrigo”,
http://www.jn.pt)
O fim de semana ainda vai a meio, mas as peças do puzzle governativo começam a encaixar tanto quanto é possível que o façam. António Costa fez hoje, na abertura da Comissão Nacional do PS que aprovou a sua proposta de programa de governo, o seu melhor discurso desde há muito. E vai seguramente encontrar com o PCP (se os ortodoxos não estragarem a festa no Comité Central de amanhã) uma formulação hábil (sublinho, hábil) para o problema político que subsiste e ele próprio apresenta como o de não estar disponível para um governo que não tenha condições reais que sejam de legislatura – porque já não parece tratar-se de um acordo a quatro anos, mas sim de se conseguirem condições reais para uma legislatura; o que quer que isso queira dizer!
A bola vai assim passar para Cavaco a partir de Terça-Feira. A criatura é consabidamente imprevisível, mas está cada vez mais cercada no labirinto de que tão extravagantemente foi o criador. Nestes termos, e não podendo ser excluídas as suas tentações em favor de um governo de gestão contrário a tudo quanto tem proclamado em nome do interesse nacional ou de uma iniciativa presidencial contrária a tudo quanto sempre disse que não faria, o mais provável talvez acabe por ser a indigitação de Costa lá para finais da próxima semana. O que levaria a que o XX Governo recém-empossado possa apelar a um recurso ao despedimento conciliatório que oportunamente recuperou para o seu programa, como sugere a vinheta do JN de hoje. Veremos...
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