Um domingo parado para descompressões várias, terminado com um regresso ao “Sá da Bandeira” para disfrutar do talentoso monólogo de Gregório Duvivier na peça “Uma Noite na Lua” (da autoria de João Falcão, seu ex-sogro). O ator, que é também um dos grandes rostos atuais do humor brasileiro (sobretudo revelado através do You Tube com “Porta dos Fundos”, um incrível recordista de visualizações), acumula com incursões bem sucedidas em outras áreas (escritor, guionista teatral e cinematográfico, cronista – agora semanalmente no “Folha de S. Paulo” – e poeta).
“Uma Noite na Lua” é, segundo Gregório, uma peça “cómica, poética, dramática e romântica ao mesmo tempo”. Tem por protagonista único “um homem em cima de um palco pensando”, alguém que procura conseguir inspiração para a realização/finalização de um trabalho teatral mas que se encontra sobretudo obcecado e atormentado por uma incapacidade de aceitar e ultrapassar o afastamento decidido pela ex-companheira Berenice.
Gregório andou em digressão por muitas cidades de todo o Portugal e fechou tal circuito com dois espetáculos no Porto (ontem o último), tendo aproveitado ainda esta passagem cá pela “terrinha” para lançar o seu último livro de crónicas (sugiro vivamente a leitura, sobretudo a quem não tenha podido assistir ao seu desempenho no palco) e para conhecer a nossa realidade e se dar a conhecer. Em entrevista à “Visão”, confessou-se “um homem de esquerda” e assim se explicou: “A esquerda, mais do que uma ideologia, é um lugar onde se deve estar. É o lugar do comediante, porque é o lugar que faz pensar. O que faz a esquerda é essa vontade de mudar. E no Brasil nunca houve um governo de esquerda.” Prometeu voltar a estas nossas paragens em dezembro, munido de produtos fresquinhos...
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