Após anos de imerecido e kafkiano suplício, Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) foi ontem absolvida pelo Tribunal da Relação de Lisboa de uma estranha condenação, que sofrera em primeira instância, por crime de prevaricação. Tarde e a más horas, a primeira ministra da Educação de Sócrates fica assim objetivamente liberta das infames acusações que certa comunicação social e alguns políticos lhe foram persistentemente assacando, misturando alhos com bugalhos e procurando culpabilizar e enlamear quanto lhes ia sendo possível uma servidora pública da maior grandeza em termos de probidade, dedicação e competência. Erros pontuais terá MLR certamente cometido, ao que aliás ninguém escapa, mas o problema com ela esteve sempre do lado das rigidezes que foi contrariando e dos interesses em que foi tocando – saiu isolada e sem glória, atacada à esquerda e à direita (veja-se a vinheta abaixo, datada dos tempos escaldantes de 2008), sofreu condignamente a campanha que lhe foi movida e que a opacidade da Justiça tanto ajudou a alimentar e readquire agora de pleno direito o lugar que é o seu na galeria das figuras – e são menos do que se julga! – que contribuíram pela positiva e do lado da decência no quadro do exercício do poder democrático em Portugal...
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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