Volto às duas questões deste fim de semana, recorrendo à ajuda do nosso velho conhecido Bernardo Erlich (agora estabelecido por terras argentinas) e daquele tão estafado dito do copo meio cheio ou meio vazio. Tomando para o efeito exemplos paradigmáticos de diferenciadas e contraditórias interpretações noticiosas legíveis nos jornais do dia.
Sobre as eleições regionais, apenas mais três apontamentos em versão ilustrada: (i) que todos acabaram a dizer que ganharam e desta vez até assim foi de alguma maneira; (ii) que foi seguramente extraordinário, quase insólito mesmo, ver a disciplina com que toda a Esquerda foi votar na Direita em alguns locais; (iii) que a Frente Nacional não ganhou nenhuma região, mas triplicou os seus “vereadores” e manteve objetivamente intactas as suas possibilidades eleitorais em disputas vindouras.
(Suzette Zombi, http://fanzine.hautetfort.com)
(Frédéric Deligne, https://www.urtikan.net)
(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)
Quanto ao acordo sobre o clima, e não menosprezando os pontos positivos – assinatura por 195 países de um inédito acordo universal, incluindo os recalcitrantes China e Estados Unidos; existência de um instrumento de apoio financeiro aos países menos desenvolvidos; mecanismos de medida, controlo e compensação –, há a registar vários elementos passíveis de alguma reserva e cuja justeza só a evolução dos factos confirmará em definitivo – inexistência de quotas máximas de emissão, necessidade de ulterior incorporação do acordo nas legislações nacionais, insuficiente força jurídica internacional, remissão de um primeiro balanço para as calendas de 2023, etc. –, tudo isso para além da dúvida de fundo substantiva que permanece e que o compromisso conseguido parece minimizar na sua relativa tibieza: não será mesmo tarde demais?
(António Fraguas Forges, http://elpais.com)
(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)
(Corinne Rey – “Coco”, http://www.taz.de)
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