domingo, 27 de dezembro de 2015

OS TEMAS DO ANO




(Não, não é propriamente um balanço de 2015, mas antes uma síntese dos temas que saltaram para a reflexão segundo as lentes de um modesto blogger e que certamente vão continuar a exigir mais incorporação de conhecimento)

Este período de trabalho a meio gás, que puxa mais para a modorra do que para a complexidade de relatórios e de estudos que estão prestes a finalizar com o fecho de 2015, é propício a sínteses elaboradas pelas lentes deste blogue. Não é tanto de balanços que se trata, pois grande parte das matérias que vão ser por mim aqui arroladas não se esgotaram em 2015. Vão muito provavelmente necessitar de mais incorporação de conhecimento, sempre na linha comum a este blogue de trazer para a reflexão pública novos elementos de investigação e de problematização das coisas. O debate em Portugal é pouco profundo porque oscilamos permanentemente entre, por um lado, considerarmos este país todo ele muito particular e por isso desdenhamos de outros debates, que emergiram noutras paragens e que consideramos desajustados face às tais especificidades. Por outro, rapidamente concluímos que a força de investigação existente para atender à tal especificidade é reduzida e frágil e por isso ficamos no limbo da irrelevância. A perspetiva assumida por este blogue não vai na cantiga da superespecificidade do país. O debate que emerge em torno da realidade das economias mais avançadas e da economia mundial como um todo interessa de sobremaneira a uma economia como a portuguesa, encurralada na sua pequena dimensão e por isso não indiferente aos rumos da economia mundial e do seu potencial de crescimento.

Nos próximos dias vou tentar desfiar alguns desses temas-síntese, anotando-os para desenvolvimentos futuros em função de novas incorporações de conhecimento que o debate na produção académica e na blogosfera económica irá proporcionar, já que não são questões resolvidas, antes pelo contrário irão atormentar os decisores políticos durante os próximos tempos. São temas que envolvem a macroeconomia, a política interna, o papel da teoria económica na decisão política, os impulsos do quotidiano, enfim a panóplia de temas que têm suscitado novos olhares sobre o público e o privado.

Entre os temas que despertarão o meu indisciplinado trabalho de síntese contam-se os seguintes:
  • A estagnação secular das economias avançadas e os seus efeitos nas economias emergentes
  • A desigualdade;
  • O ressuscitar da política fiscal dada a incapacidade da política monetária em contexto de baixas ou nulas taxas de juro;
  • A encruzilhada em que os economistas macro se encontram face aos resultados das suas prescrições ou ao modo como as suas ideias são utilizadas pelos decisores políticos;
  • As consequências políticas dos ajustamentos de austeridade de que o caso português é tão só uma evidência;
  • A destruição de valor no sistema financeiro nacional;
  • O ponto de não retorno ou de implosão do projeto europeu.
É provável que algum ou outro tema surja ao correr da pena. Este simples enunciado dá bem conta das questões que 2015 suscitou e do legado que ele deixa para 2016.

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