terça-feira, 15 de dezembro de 2015

AÍ ESTÁ O BANIF!


Esta era mais uma daquelas desgraças anunciadas em que o nosso País se tem vindo a tornar pródigo como poucos. No caso em apreço, as evidências começam agora a saltar aos olhos de todos (a cotação da ação do BANIF fechou ontem no extraordinário valor de 0,0008 euros!), mesmo daqueles mais incautos que nesta Segunda-Feira já começaram a acorrer aos balcões da referida instituição financeira na perspetiva de se informarem ou de tentarem agir em defesa das suas poupanças.

Dispenso os leitores destas linhas de serem confrontados com grandes elucubrações em torno da matéria, assim como com incursões históricas longínquas eventualmente também explicativas das raízes do desastre (caso de alguns factos vindos dos intermináveis tempos do “jardinismo” e/ou dos do “cavaquismo”, para não ir muito atrás), e vou direto às manifestações mais visíveis nestes anos que se seguiram à morte de Horácio Roque em 2010. Faço-o, de modo deliberadamente inocente, através da seguinte pergunta elementar: a qual dos abaixo apresentados pares de personagens poderão ser assacadas mais responsabilidades pelo desastre agora iminente? Ou seja: como dividir as culpas entre a disputa da ex-mulher do fundador (Fátima Roque) com a sua filha Teresa e a irmã pela herança daquele, a chegada de uma dupla maravilha à gestão da entidade bancária e a graciosidade da sua atuação no arame, a “nacionalização” incompreensivelmente operada e nunca cabalmente explicada por Vítor Gaspar (com o ignorante beneplácito de Passos, mais o aplauso tecnocrático da Troika e o disfarçado assentimento político de Barroso, Olli Rehn e outros figurões europeus) e a opacidade das marcações que reciprocamente foram sendo feitas pelo Ministério das Finanças (Albuquerque) e pelo Banco de Portugal (Carlos Costa) nestes últimos anos de precioso tempo perdido? Dou-me antecipadamente por incapaz de construir e estimar um modelo à altura de responder a tão complexo desafio e assim me fico pela prosaica certeza de que nenhum dos supracitados fica bem nesta triste e tremida fotografia cuja fatura vai voltar ser paga pelos contribuintes do costume...

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