segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

PEDRO SUCEDE A MARIANO?

(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com)

(Javier Muñoz, http://www.elespanol.com)

O essencial já aqui foi dito pelo António Figueiredo quanto aos resultados das eleições de ontem em Espanha (uma breve síntese para memória futura no final deste post). Não obstante, quero insistir em cinco breves tópicos: (i) as tónicas comentadoras dividiram-se entre o lío que assim ficou criado na cena política do país e a morte política de Rajoy; (ii) a evidência de um interessante apanhado das formas teoricamente possíveis (?) de viabilização de um governo no novo e complexo quadro parlamentar (um autêntico "sudoku" para experts em que, abstraindo de surpresas de grande monta, o essencial se vai jogar em torno do PSOE e este ou conseguirá estruturar um governo de que seja o centro de gravidade e formado pelos três maiores partidos depois do PP ou tenderá a formar um governo menos sólido à esquerda com o beneplácito de “Ciudadanos” ou com apoios nacionalistas); (iii) a efetiva ocorrência de um fim do bipartidarismo, apesar das críticas em sentido contrário por parte de alguns (atente-se no gráfico mais abaixo, mostrando que o PP e o PSOE ficaram agora reduzidos a metade dos votos expressos e sujeitos a dinâmicas partidárias bem mais exigentes); (iv) a certeza de uma lei eleitoral sob fogo na próxima legislatura (atente-se, a partir do último gráfico, em que o número médio de votos por lugar obtido ronda os 60 mil nos dois grandes partidos, chega a mais de 75 mil para o Podemos e a mais de 87 mil para o Ciudadanos e vai acima de 460 mil no caso da Esquerda Unida); (v) o dado positivo de uma participação eleitoral muito significativa (apenas 26,8% de abstenções) e afirmativa (apenas 1,65% de votos brancos e nulos). E a certeza de que os próximos dias vão ser marcados por um corrupio negocial e contra negocial sem paralelo na democracia espanhola da atualidade, por um lado, e culminarão com uma solução governativa periclitante, por outro – é que a alta probabilidade aritmética de o próximo Presidente do Governo ser um socialista de 43 anos chamado Pedro Sánchez depende de arranjos partidários pouco menos do que impensáveis/impossíveis...






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