Era fatal como o destino ou, como alguns vinham anunciando, estava escrito nas estrelas: a Frente Nacional tornou-se a maior força política francesa. Foi hoje, na primeira volta das eleições regionais, com a estimativa inicial de resultados a apontar para um mapa político do “Hexágono” bem diferente do de 2010 e apresentando a estranha distribuição de cores acima evidenciada (para uma abstenção que já ronda os 50%): o partido de Marine Le Pen, que anteriormente obtivera pouco mais de 11,4% dos sufrágios, deve agora ultrapassar os 30% a nível nacional e sair à frente em seis das treze regiões do país (chegando aos 40% nas duas em que Marine e Marion são candidatas, Nord-Pas-de-Calais-Picardie e Provence-Alpes-Côte-d'Azur), o peso dos “Republicanos” (vulgo direita) poderá passar a situar-se em torno dos 27% e os socialistas terão caído a pique e já estarão abaixo dos 23% (perdendo provavelmente quatro das sete regiões que anteriormente controlavam). O resto é já um clássico relativamente previsível, com o chamado voto útil (ou “fusão de listas”, no caso) a ameaçar deixar de funcionar na segunda volta por força das vistas curtas associadas à egoísta direção estratégica (?) do regressado Sarkozy, que assim ajudará a entregar à extrema-direita a condução política dos destinos de uma a duas dezenas de milhões de cidadãos franceses – tempos muito preocupantes!
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