sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

DE VOLTA AOS PERIFÉRICOS DO EURO


Das manifestações e evidências da crise europeia já demos abundantemente conta neste espaço, em especial no que toca às suas implicações em termos de crescimento económico dos países mais atingidos (então insultuosamente designados por PIIGS). Mas o gráfico que um destes dias foi publicado pelo “Financial Times” acrescenta uma dimensão curiosa às anteriormente focadas: a do comportamento cumulativo do PIB daquelas economias nos dois primeiros anos de crise aberta (do primeiro trimestre de 2008 ao quarto de 2009) em contraponto com o registado nos quase sete anos subsequentes (do último trimestre de 2009 ao terceiro de 2015). As potenciais ilações são múltiplas e diversas, pelo que as prefiro deixar ao sabor da capacidade interpretativa e analítica dos leitores – não sem sugerir, no entanto, que atentem na Irlanda como o pior país daquele primeiro período e como o melhor (e único em efetiva retoma) do segundo, nas consequências do inqualificável tratamento punitivo infligido à Grécia desde 2010 e nas hierarquias comportamentais de cada período (Irlanda, Itália, Grécia, Espanha e Portugal, por ordem de gravidade dos efeitos recessivos do primeiro período versus Grécia, Portugal, Itália, Espanha e Irlanda, idem para o segundo, aqui sem esquecer a excecionalidade irlandesa já acima mencionada). Termino com um singelo sublinhado em tons lusitanos: dá que pensar a perceção de que Portugal foi, de entre os cinco países, o menos castigado nos dois anos imediatamente seguintes à emergência da crise mas o segundo mais fustigado nos fanaticamente austeritários anos ulteriores...

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