(Kevin O’Rourke, http://www.irisheconomy.ie)
(Angel Ubide, http://blogs.piie.com)
(Alan S. Blinder and Mark Zandi, http://www.cbpp.org)
(Alessio Terzi, http://bruegel.org)
Junto quatro daqueles gráficos incontornáveis para ajudar a que nos situemos devidamente. O primeiro atualiza uma comparação entre os colapsos da produção industrial mundial de 1929 e 2008, com o seu autor a notar preocupadamente que “em agosto deste ano o inevitável aconteceu: a nossa atual recuperação foi ultrapassada pela do período entre guerras”. Acrescentando um voto de mal menor: “esperemos poder ao menos evitar o famoso double dip de 1937-38, visível no final da série de entre guerras.”
O segundo chega-nos de Angel Ubide e do “Peterson Institute for International Economics” e procura evidenciar que a incipiência da retoma do crescimento económico a que temos vindo a assistir na Zona Euro. Com efeito, o nível do PIB ainda mal atingiu os níveis anteriores à crise, situando-se claramente abaixo dos observados nos Estados Unidos e no Reino Unido. Sendo que, no caso dos Estados Unidos, o nível pré-crise foi alcançado em 2010 (durante a primeira fase do seu easing program de política monetária) e que tal programa apenas foi dado por concluído pela FED quatro anos depois (mais um ano de espera para aumento das taxas diretoras) – o autor pretende assim sugerir que o BCE deverá naturalmente prosseguir a sua atual política monetária expansionista, fazendo também com que as taxas de juro se mantenham inalteradas até à próxima década.
O terceiro revela elementos de complementaridade em relação ao anterior. Desde logo, ao destacar que a economia americana teria encolhido 14% (e não os 4% que efetivamente ocorreram) se não tivessem sido levadas a cabo as políticas de estimulação orçamental associadas ao quantitative easing e à rápida recapitalização do sistema bancário. Depois, e em relação à Europa, resulta nítida a debilidade reativa da Zona Euro e aponta-se a particularmente dolorosa situação da economia italiana. Martin Sandbu retira do gráfico bases para os seguintes dois comentários principais: “o Banco Central Europeu levou seis anos a por em prática um programa dimensionado de compra de obrigações” (que “fez maravilhas”) e “se a Zona Euro tivesse feito QE ao mesmo tempo que a FED e o Banco de Inglaterra, a crise da dívida soberana nunca precisaria de ter acontecido”.
Por fim, o quarto gráfico aprofunda a questão italiana, muito à boleia do declarado otimismo (“aposto que nos próximos 10 anos a Itália voltará a ser o líder económico da Europa, a locomotiva da Europa”) e das correlativas manigâncias orçamentais de Renzi – o título do trabalho de Alessio Terzi é aliás, e bem sugestivamente, “Could Europe’s next growth locomotive be Made in Italy?”. Mas também resulta visível que a Itália é acompanhada pela Grécia no facto de exibir um PIB de 2014 inferior ao de 2000, ponto negativo a que Portugal só escapa à tangente, assim como uma previsível confirmação da amplitude das divergências intraeuropeias.
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