A crer nas previsões à boca das urnas, ainda não foi desta vez que a Frente Nacional ganhou uma eleição em França. O que não significa que a sua escalada não tenha sido muitíssimo significativa e que não tenha o seu lado paradoxal a junção de todas as forças democráticas contra a extrema-direita em quase todos os casos em disputa onde havia o risco sério da vitória desta. Xavier Bertrand, o vencedor de Marine na região de Nord-Pas-de-Calais-Picardie, fez um apelo verdadeiramente dramático e sentido a uma mudança nas formas estabelecidas de fazer política por parte de todas as forças “republicanas” como única forma de corresponder aos ameaçadores sinais da primeira volta e à nova e quiçá última oportunidade que lhes foi concedida pela maioria dos cidadãos nesta segunda. Do lado de Marine, insistiu-se na enormidade dos avanços eleitorais conseguidos – aliás indesmentíveis – e no seu isolamento contra todos os outros numa nova bipolarização assim nascida – entre mondialistes e patriotes e já não entre esquerda e direita. Alegremo-nos com a boa notícia que nos foi trazida por este fim de tarde, mas esperemos firmemente que ela não sirva para alimentar qualquer tipo de crença na boa estrela do faire comme d’habitude...
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