terça-feira, 26 de novembro de 2013

A RESTAURAÇÃO DO IVA


Sábado, a primeira página do “Expresso” era portadora de um recado pretensamente atemorizador para o Tribunal Constitucional: se os cortes nas pensões chumbarem, o IVA volta a subir. Domingo, foi dia de missa e descanso. Segunda de manhã, o ministro Pires declarava que o Governo não possui plano B em relação àquele eventual corte mas sempre ia sublinhando também – enquanto bom representante sindical dos empresários que se preza de ser – quanto um aumento de impostos seria mau para a economia. Segunda à tarde, na AR, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais deixava fugir o pé para a chinela totalitária do dogmatismo orçamental prestando uma agradecida vassalagem aos atuais níveis de IVA na restauração pelos 600 milhões que permitiram arrecadar este ano.

Pergunto: estaremos perante um complexo e insolúvel entrecruzamento de silogismos categóricos e hipotéticos, meras contradições adicionalmente à vista no Governo, ou, ainda mais prosaicamente, o ensaio velado e vagamente chantageante de apelos a um acrescido e patriótico contributo do sector da restauração para a ultrapassagem dos problemas que possam vir a eclodir lá dos lados da Rua do Século?

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