Já aqui evidenciamos, por diversas vezes e sob diversas formas, quão deficientes foram os pressupostos assumidos no programa inicial de ajustamento da economia portuguesa (o chamado “Memorando”) imposto pela Troika. Apesar de à época o dito programa ter sido entusiasticamente recebido pela maioria dos nossos aparolados líderes de opinião e ignorantes comentadores, ao mesmo tempo que os grandes partidos políticos disputavam entre si a paternidade de muitas das medidas que vieram a resultar das negociações (Catroga foi de todos o mais taxativo a este respeito).
Mas nunca será demais voltar a este assunto, mais visivelmente traduzido na observação de um crescimento da economia bem mais negativo que o previsto. Faço-o, desta vez, com recurso ao último relatório (nº 7/2013, já deste mês) do Conselho das Finanças Públicas (gráfico e quadro acima), que reza assim a dada altura: “enquanto o programa inicial antecipava que, após o choque negativo do ajustamento, o PIB em termos reais voltaria atingir o nível de 2007 ao longo de 2015, as previsões mais recentes apontam para que, no final de 2014, a economia ainda esteja cerca de 7 p.p. abaixo desse valor”.
Sugere-se a repetição de mais um forte e merecido aplauso pela (ma)lograda façanha, pois então!
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