Uma nova evasão daqui me afastou por dois dias, mas desta vez foi diferente: a oportunidade de uma curta visita a “Санкт-Петербу́рг”(cidade assim batizada ao nascer, em 1703, mas que também foi chamada Petrogrado e Leninegrado durante o século passado até voltar a ser São Petersburgo por opção referendária de 1991).
Os roteiros turísticos captarão bem melhor do que eu o poderia aqui fazer a beleza dessa “Veneza do Norte”, a variedade dos seus 70 rios e canais e das suas 320 pontes num cenário em que domina a força de uma traça nórdica (impossível não assemelhar as suas 42 ilhas ao arquipélago de Estocolmo), a imponência urbana e arquitetónica dos 4,5 quilómetros da sua “Nevsky Prospekt” central, o esplendor da sua imponente monumentalidade (da Fortaleza de S. Pedro e S. Paulo ao Palácio de Inverno e sua Praça ou da Catedral do Sangue Derramado à de Santo Isaac, p.e.), a presença da história ao virar de cada esquina (dos Romanov mais famosos, o fundador Pedro I e Catarina II, à libertação de Napoleão e do cerco nazi, designadamente), a riqueza imensa dos tesouros artísticos que ostenta (com destaque para os três milhões de peças pertencentes ao conjunto museológico designado por Hermitage, mas não esquecendo a coleção integrada no Museu Russo).
Fico-me, assim, por um breve apontamento que assinala na perfeição aquele que foi o imaginário de alguma juventude revolucionariamente influenciada nos tempos idos do antifascismo: a celebérrima tomada do Palácio de Inverno. As fotos acima mostram a praça e o edifício (hoje parte do Hermitage) e a pequena sala de jantar onde foram presos os ministros do Governo Provisório, instante comemorado com a paragem do relógio nas então duas horas e dez minutos da madrugada de 26 de outubro de 1917 – passou largamente por este simbólico momento muito do que foi o tempo de quem nasceu nesse ainda tão presente século XX...
Sem comentários:
Enviar um comentário