domingo, 10 de novembro de 2013

URBANIDADES




Sábado com amigos nativos de Guimarães e mais uma oportunidade para medir o pulso a uma cidade e às suas dinâmicas depois da Capital Europeia.
Como sempre e apesar da chuva miudinha dei largas à minha metodologia preferida de observador-visitante-acidental, olhando a Cidade e o seu centro histórico naquela perspetiva de “flâneur” que tanto me agrada no contacto com o urbano.
Bastantes turistas, essencialmente espanhóis e asiáticos, percorriam as atmosferas do centro histórico, pena que a irritante chuva miudinha tivesse tornado as esplanadas praticamente desertas.
Num breve percurso pelo Toural, não pude deixar de anotar que, na esmagadora maioria dos cafés da praça, “eles” dominavam as esquinas e as mesas, em amenas cavaqueiras, praticamente sem “elas” a dar algum colorido feminino aquelas atmosferas e a densificar, enriquecendo, as amenas cavaqueiras. “Elas” estariam provavelmente a cozinhar, a passar a roupa que espera o fim-de-semana para voltar a ser utilizada, a tratar da casa. E isso significa que a urbanidade está para além de qualquer renovação do património, por mais excelente e arrojada que seja.
No Toural renovado senti ainda a velha sociedade rural, já transformada, levemente arejada, mas ainda presente.
Em contrapartida, o Guimarães Jazz está aí pujante, como grande símbolo da urbanidade cultural da Cidade, sem que este atarefado consultor arranje tempo para dele desfrutar.

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