Mark R. Rank, no New York Times de 2 de novembro,
contribui para o debate em curso naquele jornal sobre a desigualdade da
sociedade Americana com um pequeno artigo bem esclarecedor sobre a magnitude da
pobreza naquela sociedade, afastando liminarmente a ideia de que se trata de um
fenómeno marginal.
Segundo cálculos do autor, 40% da população no
grupo etário dos 25 os 60 anos situar-se-á pelo menos 1 ano abaixo da linha
oficial de pobreza, estimada para uma família de 4 elementos em 23, 492 dólares
e 54% passará pelo menos 1 ano em situação de pobreza ou de pobreza próxima,
linha situada a 150% da linha de pobreza. 4 de 5 americanos encontrar-se-á numa
destas três situações, recurso a apoios sociais, quase pobreza e desemprego.
Perante este péssimo horizonte, o economista Robert Reich denuncia o facto de a partir de 1 de novembro, em pleno prolongamento recessivo, cerca de 45 milhões de
americanos terão perdido total ou parcialmente o acesso aos conhecidos “food stamps benefits” um dos mais
vulgarizados apoios sociais na sociedade americana, na sequência da pressão
exercida pelo grupo republicano no Congresso, hoje praticamente manietado pela
influência do Tea Party.
Toda uma série de indicadores mostra o
agravamento da desigualdade da sociedade americana, em termos de fluxos e de
stocks: os 10% mais ricos têm emprego com salários crescentes e absorvem 80% da
capitalização bolsista.
Será este o modelo de referência que nos querem
atribuir?
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