O novo filme de Noah Baumbach é “atípico” mas fascinante. Primeiro, devido ao esplendor associado a uma transbordante e polivalente presença feminina. Segundo, na medida em que depois do Woody Allen de “Manhattan” dificilmente pode ter resultado mais óbvia e conseguida uma rodagem a preto e branco (também centrada em Nova Iorque, obviamente). Terceiro, pelo caráter aberto da sua narrativa (argumento que tem coautoria do casal que hoje constituem Noah e Greta), transmitindo uma “sensação de improviso permanente” e fazendo eco de generalizadas angústias existenciais juvenis em contexto de vida urbana moderna. Quarto, em tributo à escolha musical, com destaque para aquele momento em que se vê Frances correndo pela rua enquanto se ouve David Bowie entoando “Modern Love”. Quinto, porque conta com uma cena final extraordinária na singeleza da sua rara eficácia. Mas, tudo visto e ponderado, a imagem mais forte que prevalece é mesmo a de que “Greta Gerwig é, ela própria, o filme”...
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