El Roto, ou mais propriamente Andrés Rabago, é
uma figura de referência para ambos os autores deste blogue, pois nele e no seu
traço fino e demolidor, reconhecemos, como ninguém, o poder de denúncia dos
males políticos e sociais que apodrecem as sociedades contemporâneas e, em
particular, a sociedade espanhola e diria mesmo, sem receio da extensão, todas
as sociedades do sul.
No Babelia, um suplemento cultural imprescindível
dos sábados no El
País, Antonio Muñoz Molina publica um excelente artigo sobre a obra
do cartoonista e sobretudo sobre a exposição Oh la l’art à nossa espera em
Madrid, na galeria La Caja Negra, Calle Fernando VI, nº 17.
Molina vai mesmo ao núcleo do que reconheço na
obra de El Roto: “Cada desenho de El Roto
é feito com tal precisão de traço e cada texto é tão sintético, tão cheio de raiva,
de sarcasmo, de agudeza poética e política, que parece a destilação última de
um longo processo de concentração”.
A exposição de Madrid versa sobre uma componente
da obra de El Roto que conhecia pior e daí o seu interesse, mais propriamente o
modo como o autor tem visto a evolução do mundo da arte, simbolizada na vinheta
sobre a morte da pintura.
Para os que, como eu, provavelmente não passarão
por Madrid fica a certeza de que a exposição tem uma edição em livro (Oh la l’art,
publicada pela Editorial Libros del Zorro Rojo), à qual podem também
juntar uma outra obra publicada este ano, A cada uno lo suyo, pela Mondadori, Barcelona, a preços
relativamente módicos, a primeira por 18,90 euros e a segunda por 8,95 euros. Bons
presentes de Natal.
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