(Jorg Asmussen)
À medida que vão sendo conhecidos pormenores e
bastidores da decisão do BCE de baixar a sua taxa de referência melhor se
compreende que as coisas não estão fáceis para Mario Draghi. Embora Wolfgang Mϋnchau se esforce no Financial Times por defender a tese de que a haver surpresa com a
decisão do BCE é ter havido tão pouca gente a contar com a mesma, a decisão no
Comité Executivo do BCE esteve longe da unanimidade. O Eurointelligence refere que para além dos votos contrários dos dois
alemães Jens Weidmann (Bundesbank) e Jӧrg Asmussen (representante do Partido
Social Democrata alemão), quatro outros governadores de bancos centrais votaram
no mesmo sentido. O mesmo blogue faz eco de que entre os meios financeiros e bancários
alemães o sentimento anti-italiano vai florescendo, fazendo constar que o Banco
de Itália dirige o BCE. Em alguma impressa alemã corre o rumor de que o nosso
bem conhecido Hans Werner Sinn, um dos racionalizadores da visão punitiva sobre
as economias do sul, tem feito correr a seguinte afirmação: “Draghi abusou do Euro-sistema oferecendo
empréstimos baratos aos países do sul a que não teriam acesso no mercado de
capitais”.
Não podemos empolar o significado do pensamento
troglodita de Werner Sinn, apesar do eco que alguma imprensa lhe dedica. Mas se
a coisa pega lá teremos a confirmação de uma das regras de toda esta crise. Há
gente que passa a assumir papéis que a história não lhe reservaria. Preparemo-nos para fazer de Draghi um resistente. Quem diria?
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