Sugiro à Ordem dos Economistas a instauração de um processo por auto-difamação da classe à maioria dos meus colegas que se pronunciam publicamente sobre a realidade que nos envolve.
Já tínhamos o contributo mais que cadastral dos neoliberais americanos para o despoletar da crise internacional, já tínhamos também o contributo mais que intelectualmente desonesto dos austeristaristas expansionistas para o aprofundar da crise europeia, já tínhamos ainda a única ciência que premeia com o Prémio Nobel investigadores seus que são defensores de teses completamente contraditórias. Mas parece que ainda não bastava para descrédito da profissão, tantos são os que entre nós diariamente se esforçam por dar novos passos em direção ao abismo do ridículo.
Neste fim de semana foi a vez de João César das Neves (JCN). Pessoa afável, economista preparado, trabalhador incansável, pedagogo reconhecido, católico fervoroso, JCN peca pelo gosto que tem em chocar audiência sempre que as circunstâncias lho autorizam – veja-se como ele se comporta em termos relativamente cordatos no “Contas Certas” da RTP perante a figura calma e tutelar de João Ferreira do Amaral e como é superior às suas forças a insistência em lançar bojardas quando deixado à solta. Desta vez, em entrevista ao “Diário de Notícias”, a desajeitada provocação foi a que acima consta.
Em contrapartida, dois “senadores” da nossa vida pública – João Cravinho e Eduardo Marçal Grilo, ambos engenheiros – também falaram por estes dias à comunicação social (“Jornal i”). O contraste em termos de qualidade, seriedade e acerto quase me leva a mais sugerir àquela Ordem profissional que convide alguns engenheiros da nossa praça a organizarem uma reciclagem dirigida aos seus membros que mais notoriamente abusem da asneira ou da asnice…
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